terça-feira, 6 de maio de 2008

Tom Waits / Bocage



Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.


Bocage

1 comentários:

Mary disse...

olha que o senhor agora não bebe, não fuma, é homem de uma só mulher e até o Bento XVI achou por bem dizer que ele era um bom exemplo para quem opta pela "regeneração do espírito", deixando de lado os vícios de uma existência errante. a mim pouco me importa. é Tom Waits e basta...
bjo

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