Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impermanentemente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
já as folhas me ofuscam macilentas;
E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.
Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:
Andorinha indeme ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto.
Natália Correia
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Amalia / Natália Correia
Publicada por Ricardo de Magalhães à(s) segunda-feira, maio 12, 2008
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