o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.
José Luís Peixoto
segunda-feira, 7 de abril de 2008
o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias
Publicada por Ricardo de Magalhães à(s) segunda-feira, abril 07, 2008
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3 comentários:
Bob Dylan “I’ll Keep It With Mine”
You will search, babe,
At any cost.
But how long, babe,
Can you search for what's not lost?
Ev'rybody will help you,
Some people are very kind.
But if I can save you any time,
Come on, give it to me,
I'll keep it with mine.
I can't help it
If you might think I'm odd,
If I say I'm not loving you for what you are
But for what you're not.
Everybody will help you
Discover what you set out to find.
But if I can save you any time,
Come on, give it to me,
I'll keep it with mine.
The train leaves
At half past ten,
But it'll be back tomorrow,
Same time again.
The conductor he's weary,
He's still stuck on the line.
But if I can save you any time,
Come on, give it to me,
I'll keep it with mine.
deixo-te uma parte de um poema do Peixoto. creio que define muito o que tu procuras dizer. no entanto, e peço já desculpa pelo atrevimento, quero dizer-te uma coisa, solta-a. o que quer que seja...
"aqui não há palavras. há a tua ausência. há o medo sem os teus lábios, sem os teus cabelos. fecho os olhos para te ver e para não chorar."
fica bem
Trago-te no riso enterrado, nas lágrimas que me lançaste, escadas de incêndio para a sabedoria da felicidade, na pele escaldada pelo brilho da noite, depois do mar.
Deslizo para esta solidão demasiado humana de não poder voltar a ser sozinho, como era quando tu existias, nesta mesma cidade, e eu já nem sequer pensava em ti.
Inês Pedrosa
jp
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