quinta-feira, 3 de abril de 2008

"Não te procurei porque procurar-te me daria a exacta dimensão da tua ausência, poderia vaguear minutos horas, procurar-te quem sabe chamar por ti dizer o teu nome, saberia eu que de pouco me adiantava, seria isto pergunta ou a exacta afirmação de que não te encontras.
Mal tu sabes não tiveste tempo de saber, o que pode ser uma hesitação tão estúpida entre caminhar entre os nossos destroços ou deixar-me ficar
Sentado
Encostado à banca da cozinha
Absorto a acender mil vezes o isqueiro
Reduziste-me afinal a estes passos desencadeados, todas as minhas dúvidas do momento estão aqui, sento-me, levanto-me (…)
(…) falta-me o pormenor que te define mesmo, um detalhe para que sejas absolutamente
exacta, clara
a inveja que tenho de quem sabe traduzir."

Rodrigo Guedes de Carvalho, in A Casa Quieta


2 comentários:

Anónimo disse...

Uma bela manhã,num povo de gente adorável,um homem e uma mulher soberbos gritavam na praça pública:(Amigos,quero que ela seja rainha!)(Quero ser rainha!)Ela ria e tremia.Ele falava de revelação,de prova terminada.Desfaleciam nos braços um do outro.E efectivamente foram reis,por toda uma manhã,quando os véus carminados se ergueram sobre as casa,e por toda uma tarde,para os lados dos jardins de palmeiras.(J-A.R.)e nós somos amigos para todo o sempre,para sempre,claro!

Ricardo Padua disse...

e vou surripiar este para o meu..

+++