quarta-feira, 16 de abril de 2008

Hope Theres Someone



Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


Carlos Drummond de Andrade

3 comentários:

Mary disse...

desculpa a maçada, mas tenho que te voltar a dizer estas coisas. afinal já nos vimos aonde???
andei 2 semanas a sufocar com essa voz...no words babe, no words...

Anónimo disse...

"E sempre que posso encho-me da tua ausência. E sinto-me quase feliz!"

Anónimo disse...

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Quadrilha, Carlos Drummond de Andrade

+++