É nos actos, nos actos, frente a frente,
que os homens se conhecem
e raro nas verdades que mastigam
e divulgam no fumo das palavras.
Todavia, as palavras são os actos
mais puros dos poetas: carne viva,
sal pessoal de lágrimas ardidas
num colectivo mar que se evapora.
São também o tempero cristalino
da nascente futura, entre montanhas
Pardas.
Não me perguntes, pois, que fiz ou faço
ou quanto irei fazer (pouco, decerto,
mal cabendo num verso tão volátil!).
Mas olha-me nos olhos, firmemente,
e diz-me se te vês.
Que todo o verso é hálito comum
correndo em veias cósmicas. Poeira.
Parabólico voo. Estreita nave.
Celeste agricultura.
- De palavras.
António Luís Moita
domingo, 11 de outubro de 2009
Union Suit Characters
Publicada por Ricardo de Magalhães à(s) domingo, outubro 11, 2009