terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mulatu Astatke & The Heliocentrics



De estrelas nada sei

Nem mesmo os nomes

Bizarros

Com que as usam baptizar



Prefiro fitar

A negra que passa

Altiva

De nádegas espetadas



A beleza bamboleante

Feita de carnes rijas, africanas

Fremindo

No balanço das passadas



Ou, melhor ainda

A tímida magrebina

Aviltada

no lenço que a quer suprimida



No escuro dos seus olhos

Arpeja um ódio selvagem

Febril

De lascívia apenas pressentida



De estrelas nada sei

A não ser, talvez, a imensidão

Profunda

Deste olhar



Adolfo Luxúria Canibal

+++