Algumas obras morrem porque nada valem; estas, por morrerem logo, são natimortas. Outras têm o dia breve que lhes confere a sua expressão de um estado de espírito passageiro ou de uma moda da sociedade; morrem na infância. Outras, de maior escopo, coexistem com uma época inteira do país, em cuja língua foram escritas, e, passada essa época, elas também passam; morrem na puberdade da fama e não alcançam mais do que a adolescência na vida perene da glória. Outras ainda, como exprimem coisas fundamentais da mentalidade do seu país, ou da civilização, a que ele pertence, duram tanto quanto dura aquela civilização; essas alcançam a idade adulta da glória universal. Mas outras duram além da civilização, cujos sentimentos expressam. Essas atingem aquela maturidade de vida que é tão mortal como os Deuses, que começam mas não acabam, como acontece com o Tempo; e estão sujeitas apenas ao mistério final que o Destino encobre para todo o sempre (...)
Fernando Pessoa
quinta-feira, 31 de julho de 2008
THE DHAKA PROJECT
Publicada por Ricardo de Magalhães à(s) quinta-feira, julho 31, 2008
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1 comentários:
Foi com todo o gosto que publiquei no meu blogue a sua opinião. Não aceito a censura, mas não posso pactuar com os que acoberto do anonimato insultam. Isso nunca o permitirei!
Pode voltar sempre e deixar o que lhe vai pela alma, por muito que não me possa "agradar" de ver escrito.Tudo será publicado. Sem censura.
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