Esta é a estrada
que me atravessa o tórax
com os seus marcos leves.
Vagarosa vida em terraplanagem,
vivo medo. Tem o cascalho,
o pó, o macadame negro
que nos esmaece. Vai cortar-nos
o som com que gritámos.
Abater a colina clara,
que percorríamos, amantes solitários.
Vai esquecer-se dos passos
de parentes e pássaros.
É a estrada que esventra.
Estivemos no começo
e no fim do seu tempo.
Fiama Hasse Pais Brandão
quarta-feira, 29 de julho de 2009
dR. Estranho Amor
Publicada por Ricardo de Magalhães à(s) quarta-feira, julho 29, 2009