Quem escreve é a solidão. Se cresce tanto
que a espessura analítica do sono
liberta o tempo, nos ajusta o braço
à infalível mecânica em que formos
ouvindo apenas o que opera ao alto
de estarmos tão perdidos que nem somos.
Só escreve a solidão. Nós escutamos
ranger o eixo numeral em torno
do qual a solidão se desenfreia
e, tão dentro de si, se consolida
que a rotação alisa o ouro à ideia
que canta a transparência conseguida,
à luz da solidão, escrevemos
o esquecimento do que nunca temos.
Fernando Echevarría
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Pistolera
Publicada por Ricardo de Magalhães à(s) terça-feira, agosto 18, 2009